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  • Foto do escritorDra Betina von Staa

Qual o próximo passo?

Por JULIANA DOS SANTOS


Pensei em iniciar este texto de várias formas. Fui às palavras, voltei. Fui às imagens, voltei. Resolvi deixar fluir.


Tenho recebido muitos contatos nos últimos meses e dias para orientação, formação, mentoria, capacitação e repito sempre: calma! Perrenoud já disse que é no momento da ação que refletimos sobre o fazer pedagógico e, neste momento, estamos vivendo verdadeiramente essa reflexão e ação constantes.


As escolas públicas do Estado do Espírito Santo começaram a computar os dias letivos, as particulares estão em vias de terminar primeiro e as equipes técnicas estão discutindo e traçando as estratégias para iniciar o segundo semestre.


Em meio a tantas demandas e tantas dores, uma pergunta está posta: como vamos agir no segundo semestre?


No que se refere aos conteúdos conceituais, é preciso ver o que é estruturante, o que é realmente necessário, o que os alunos precisam de fato conhecer, para que possamos estruturar o planejamento.

Tenho insistido em propostas de aulas baseadas em desafios, em resolução de problemas, em estudos de caso, ou seja, em metodologias ativas que levem o aluno, de fato, a engajar-se no processo de sua aprendizagem.


Outro dia uma professora me perguntou: “como eu vou engajar o aluno?”.


Construí essa resposta no grupo: ele conhece o mapa da aprendizagem? Ele sabe a propósito do objetivo daquela aula ou daquela sequência de atividades? Ele entendeu que uma estratégia é um elo de uma grande corrente para a aprendizagem?


Se não sabemos o alvo a ser alcançado, ficamos andando sem rumo e isso gera grande improdutividade, desânimo e, no nosso caso, evasão; por isso compartilhar com o aluno o mapa previamente é fundamental para o seu envolvimento com as propostas de trabalho.



Qual a concepção do trabalho por desafios?


A primeira grande questão é: trabalhe com problemas reais ou verossímeis que os alunos terão que aplicar seus conhecimentos para resolvê-los.


Construa o mapa de aprendizagem contextualizando o problema, deixe materiais de apoio e consulta nos ambientes virtuais, disponibilize exemplos, faça-os trabalhar de forma colaborativa, vá para o momento síncrono disposto a deixar os alunos criarem as soluções e, principalmente, tirar dúvidas. Para isso, ouça as hipóteses, conteste os caminhos, coloque questões nas quais provavelmente eles não pensaram, oriente a rota que traçaram.


Se o problema requer muitos conhecimentos e mais de uma aula, junte-se a um colega de outra área. Pensem em problemas que envolvam vários conhecimentos, além de se tornar mais interessante, retira a sobrecarga do aluno que tem que lidar com tantas questões ao mesmo tempo relacionadas ou não à escola ou faculdade.


Preciso de um exemplo de desafio!


Muitas famílias estão se reinventando criando formas de empreender para sobreviver. Porém, muitas não sabem como estruturar seus negócios. De modo muito simples, podemos juntar três áreas: matemática, com a matemática financeira; e língua portuguesa e artes, com protótipos de planos de comunicação para as redes sociais envolvendo design.


Os alunos precisam fazer as planilhas de custo, confrontar despesas, receitas, e projetar investimento em estoque. Além disso, precisam construir textos que atraiam consumidores, conhecer programas ou aplicativos para o design da comunicação. Um grande incentivo será a pesquisa em marketing digital com tantos cursos livres e propostas online para aprendizagem.


O projeto de estruturação do negócio de suas famílias pode ser o grande desafio e se tornar uma sequência didática que com certeza trará engajamento para os alunos. Para que não haja surpresas ou desgastes, no mapa de aprendizagem, deixem claros os objetivos, as etapas, as datas de entrega das produções e do produto final, enfim a rota e o alvo que os alunos devem perseguir.


Mais do que conteúdos conceituais, precisamos nos preocupar com competências que envolvem planejamento, tomada de decisão, pensamento crítico, colaboração. Este é o momento da educação disruptiva. Aposte em metodologias ativas!

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