Almoço de família
- Dra Betina von Staa
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Por Betina von Staa
Recentemente meu marido e eu passamos uns dias na casa dos sogros em Belo Horizonte. Não deu outra: a tela do meu computador queimou!
Imediatamente, meus sogros providenciaram um técnico, que se materializou quase que por mágica e buscou a máquina. Não sem um copo d’água e um dedo de prosa.
Também recebi o computador da minha sogra emprestado, máquina essa que foi considerada absolutamente desprezível pelo meu marido e meu sogro, por ser muito lenta, mas que atendeu perfeitamente minha necessidade de continuar trabalhando sem que clientes percebessem um problema técnico da parte de quem faz homeoffice.
Foi aí que descobri, com um tremendo assombro, que meu backup na nuvem não estava em dia!!!! :-O A noite foi de pânico.
No dia seguinte, o computador querido voltou com a tela consertada. Aí começou aquele diálogo típico de marido-mulher, pai-e-filha e outras relações semelhantes – no caso, marido e mulher, sendo que ele, assim como eu, ele é consumidor de tecnologia e não tem formação em TI:
- Você fez isso?
- Fiz!
- Você fez aquilo?
- Óbvio!
- Você fez aquilo outro?
- Está pensando que eu sou burra?
Pronto. O clima azedou.
No entanto, como estávamos, de fato, diante de uma emergência, foi necessário mudar o rumo da interação. Respiramos fundo e decidimos enfrentar as configurações avançadas do sistema. Ele ia pesquisando o que fazer e eu ia clicando em tudo o que via pela frente. Tenta daqui, tenta de lá, conversa daqui, conversa dali, descobri um botão que dizia “Tornar todos os arquivos disponíveis”. Apertei o botão e, como que por mágica, as setinhas azuis começaram a girar e alguns checkmarks até iam ficando verdes! Ufa! Em breve eu teria um backup em nuvem completo!
Chegou a hora do almoço. Vem a minha sogra toda orgulhosa do filhão, e diz:
- Ele te ensinou, é?
- Não. O que aconteceu aqui foi um trabalho em grupo. Eu não sabia resolver o problema, nem ele, e interagimos para encontrar a solução!
Em tempo: Em que circunstâncias o modelo de “um ensina e outro aprende” pode funcionar? Quais são os problemas do mundo atual que só podem ser resolvidos com “trabalho em grupo”? Estamos preparando nossos jovens e nossos profissionais para o mundo atual?
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